domingo, 11 de julho de 2010

Serra de Sta. Bárbara

Na véspera deste domingo fui convidado pelo Pardal para ir conhecer a Serra de Santa Bárbara, ou pelo menos um pouco dela, juntamente com outros colegas (a Isabel Rosário, a Diana Northup e o Airidas). Prontamente aceitei o convite, já que, como ainda não assentei bem por aqui, ainda não tenho rotinas e preparava-me para ter um domingo sem qualquer ponto de interesse. Além disso, o tempo tem estado maravilhoso e certamente que apanharíamos melhor tempo que o imenso nevoeiro que apanhei quando fui até lá juntamente com o Pedro, Clara e Carla.
Lá fomos pelas 9 da manhã em direcção ao ponto mais alto da Terceira. Chegados lá, abandonámos o asfalto e enveredámos pela turfeira inicial que existe no 1º patamar de abatimento da caldeira. Com o devido cuidado para não metermos a pata na água/lama que muitas vezes se confunde com Sphagnum, lá progredimos até chegarmos à caldeira. Depois de apreciarmos belas vistas sobre a borda da caldeira, decidiu-se que desceríamos por um caminho mais ao lado até lá abaixo. Na descida, começámos a encontrar uma planta endémica muito curiosa, a Angelica lygnescens, uma planta anual que cresce bastante e adiciona à paisagem um toque... diferente.
O ponto mais distante da nossa caminhada seria a borda da Lagoa Funda no fundo da caldeira. Aqui observavam-se várias espécies de libélulas voando e interagindo umas com as outras e o feto endémico Isoetes azorica. Umas rãs coaxavam por ali. Chegados à borda da lagoa, foi só encontrar um belo sítio para abancar e comer a buxa. Como ninguém me avisou que o passeio ía ocupar a hora de almoço, lá tive que cleptoparasitar a malta. Uma excelente pausa num também excelente lugar.
Seguindo para cima, encontrei ainda algumas aranhas por aquelas bandas, nenhuma delas nada que não fosse já conhecido da Terceira, mas ainda assim ainda tive a sorte de encontrar e mostrar alguns exemplares da Pisaura acoreensis, a maior aranha endémica dos Açores, que capturou a atenção dos presentes durante uns instantes. Aqui, uma fêmea com o saco de ovos. Além desta exuberante menina e outras como ela, que por ali apareceram, encontrei também Xysticus cor, Sancus acoreensis e mais uma ou duas espécies que não são novidade.De volta ao carro, altura para verificar que estava uma cache mesmo ali a uns 300 metros. Lá fomos em busca de mais um tesouro no tecto da Terceira, iniciando o Airidas no geocaching. O Pardal encontrou-a rapidamente e pudemos regressar, com o sentimento de missão cumprida. :)
No regresso, pausa ainda no posto d'Os Montanheiros na Gruta do Natal para um gelado e também na única lagoa onde existe um feto endémico que é um trevo-de-quatro-folhas, a Marsilea azorica (ver foto aqui). Infelizmente, a lagoa tem algum lixo e está mesmo junto a uma pastagem pelo que a espécie está seriamente ameaçada. :(
Depois disto, fomos todos entregues cada um a sua casa, para o respectivo banho e descanso. Um belo passeio por uma das - senão A - zonas mais bonitas da Terceira e de todos os Açores, e espero voltar a fazer destas passeatas em breve novamente.

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